O novo conflito entre Israel e o Hamas, apesar de não ser novidade, foi uma surpresa para todos, ao redor do mundo. Este conflito remonta ao século XIX, quando o movimento sionista começou a promover a criação de um estado judeu na Terra Santa. Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a Resolução 181, que dividiu a Palestina em dois estados, um judeu e um árabe. No entanto, o plano foi rejeitado pelos árabes, e a guerra eclodiu em 1948. Israel declarou sua independência, mas foi atacado por cinco países árabes. Israel venceu a guerra, mas a criação do Estado judeu levou à expulsão de centenas de milhares de palestinianos.

Analisando alguns acontecimentos geopolíticos similares, que remontam à Segunda Guerra Mundial, conclui-se que o retorno médio no primeiro dia após início do conflito é de -1,1%. Em apenas 4 dos 23 eventos apresentados, o S&P 500 registou um retorno positivo. Historicamente, o mercado acionista tem-se aguentado bem durante choques geopolíticos, com a recuperação média a demorar cerca de dois meses. Mesmo a recuperação do mercado após o 11 de setembro demorou apenas 31 dias.

 

Analisando ainda uma lista ligeiramente mais largada, que inclui outros grandes eventos históricos, conclui-se que o fator que explica o retorno do S&P 500 não é a gravidade do evento, mas sim o facto de o mesmo ter coincidido com o facto de ter causado uma recessão. Sem recessão iminente, as ações evidenciam retornos negativos no mês seguinte a um evento, mas recuperam, em média, a três, seis e doze meses. Num cenário de recessão, as ações tendem a recuar, em média, ao longo de todos os períodos de tempo analisados (um, três, seis e doze meses).

 

 

No longo prazo, o impacto do conflito nos mercados financeiros dependerá da sua duração e do seu impacto na economia global. Se o conflito for prolongado, pode levar a uma desaceleração do crescimento económico global, o que também pode afetar os mercados financeiros.

Aqui estão alguns cenários possíveis para os mercados financeiros com o novo conflito:

Cenário pessimista: O conflito intensifica-se, prolonga-se e outros países envolvem-se no conflito (por ex. o Irão), levando a um aumento significativo dos preços do petróleo e da volatilidade nos mercados de ações. As moedas dos países envolvidos também podem sofrer desvalorizações significativas.

Cenário neutro: O conflito é resolvido rapidamente, levando a um impacto limitado nos mercados financeiros. Os preços do petróleo podem subir, mas a volatilidade nos mercados de ações pode ser limitada.

Cenário otimista: O conflito leva a um acordo de paz entre Israel e a Palestina. Isso poderia levar a um aumento do comércio e dos investimentos entre os dois países, o que poderia beneficiar os mercados financeiros.

É importante lembrar que os mercados financeiros são complexos e imprevisíveis. É impossível prever com certeza como o novo conflito entre Israel e o Hamas afetará os mercados. No entanto, é importante estar ciente dos possíveis impactos para poder tomar decisões de investimento informadas.