A semana anterior, foi uma semana de correção nos mercados acionistas, ainda no rescaldo das eleições nos EUA, com o mercado agora mais receoso quanto aos impactos das potenciais políticas protecionistas nas diversas economias. Neste contexto, os mercados emergentes foram particularmente penalizados. Ainda assim, o balanço de novembro continua a ser claramente positivo.

 

Destaques da Semana: Valorização do Dólar e Criptoativos

O comportamento dos mercados de dívida foi bastante diferente dos dois lados do Atlântico. Na Europa, a perceção de dificuldades económicas tem gerado a expectativa de taxas de juro mais baixas. Já em relação aos EUA, o mercado considera que as futuras medidas de Donald Trump poderão ser inflacionistas, traduzindo-se em juros mais altos do que era anteriormente previsto.

As matérias-primas tiveram uma semana negativa, em parte devido à correção no ouro, mas também devido à valorização do dólar e a dados económicos vindos da China. A moeda norte-americana destacou-se em alta, valorizando em toda a linha e atingindo máximos de um ano face ao euro. O Eur/Usd chegou a cotar marginalmente abaixo de $1,05. O ambiente continua a ser de euforia nos mercados de criptoativos, tendo a bitcoin atingido níveis acima de $93 000.

 

Classe de Ativos:

Destaques da Semana: Valorização do Dólar e Criptoativos

 

Obrigações
Assistimos na semana a uma recuperação do mercado obrigacionista europeu, com o congénere norte americano a permanecer pressionado em baixa. Os prémios de risco corporativos mantêm-se próximos dos mínimos do ciclo e continuam a validar um sentimento de otimismo por parte dos investidores. A dívida emergente manteve uma ligeira recuperação, mesmo apesar da subida das remunerações dos ativos em dólares. Os rendimentos a 10 anos dos T-Bonds atingiram níveis não vistos desde maio, já perto de 4,50%.

Mercados Acionistas
A semana foi negativa para a generalidade dos mercados acionistas, com destaque para a forte pressão vendedora nos mercados emergentes. Estes continuam a ser penalizados por um dos principais efeitos da eleição de Donald Trump: a apreciação significativa do dólar. O ambiente de menor apetite pelo risco foi ainda agravado por um discurso mais cauteloso por parte das autoridades monetárias em relação ao ritmo dos cortes das taxas de juro, com dados a indicar que a inflação poderá estar longe de ser controlada.

Commodities
O Índice de commodities recuou, com a grande maioria dos seus componentes a baixarem. Os dados fracos na China e o dólar forte foram os principais fatores a pressionar esta classe de ativos. O ouro perdeu mais de 4%, também pressionado pela menor expetativa de cortes de taxas nos EUA. Os preços do gás natural dos EUA subiram devido ao aumento do frio. O petróleo perdeu perto de 4%, penalizado por revisões em baixa de crescimento do consumo e projeções de excesso de oferta em 2025. O cobre também recuou, reagindo negativamente a fracos dados da China. Os preços agrícolas desceram com indicações de ampla oferta e menor competitividade nas exportações dos EUA.

Forex
O dólar continuou a valorizar de forma expressiva em praticamente toda a linha, ainda em reação à vitória de Donald Trump. A moeda norte-americana continua a beneficiar do alargamento do diferencial de spreads de taxas de juro face às outras divisas, e atingiu máximos de mais de um ano em relação ao euro, marginalmente abaixo de $1,05. Também o Dollar Index chegou a máximos de um ano, acima de 107. O yuan chinês recuou, tal como sucedeu com outras moedas de países considerados emergentes. O Usd/Cny subiu para máximos de três meses e meio, acima de 7,23. No entanto, o yuan tem vindo a valorizar face ao euro dado que o movimento de queda do Eur/Usd foi mais amplo.

Destaques da Semana Valorização do Dólar e Criptoativos

Conclusão

O mercado continua atento às políticas que estão a ser formuladas nos EUA, bem como aos impactos dessas políticas nas diversas economias. Em paralelo, a valorização do dólar e o otimismo nos mercados de criptoativos seguem como tendências importantes para os próximos períodos. É essencial monitorizar esses fatores, pois podem influenciar significativamente a evolução dos mercados financeiros nos próximos meses.