A última reunião da Reserva Federal norte americana despoletou alguma volatilidade nos mercados financeiros, após referência às atuais pressões inflacionistas e introdução na retórica do Banco Central do tema da subida (futura) das taxas de juro.

Apesar do Banco Central ter mantido as taxas de juro de referência e o ritmo atual dos seus programas de compras de ativos, de acordo com os Dot Plots (desde 2012 que é publicada trimestralmente uma tabela resumo das previsões de cada um dos 18 membros do Federal Open Market Committee relativamente à evolução da Política Monetária no curto, médio e longo prazo), 13 membros acreditam que as taxas de juro vão subir até ao final de 2023, com a maioria do comité convicta de que serão pelo menos duas subidas. Apenas 5 membros acreditam que a Fed não efetuará alterações até 2023 e 7 acreditam que as subidas vão ocorrer antes do final de 2022.

Em março passado apenas 4 membros viam as taxas de juro a subir até 2022 e 7 uma subida durante 2023.

 

A Fed também reviu ligeiramente em alta as expetativas para o crescimento económico em 2021 (+7,0% vs +6,5% em março) e aumentou (de uma forma mais pronunciada) as previsões para a inflação deste ano (3,4% vs 2,4% em março).

Após as reações iniciais algo turbulentas por parte dos investidores, os responsáveis da Fed desdobraram-se numa série de intervenções a reforçarem a ideia de que o atual regime monetário não sofreu alterações e que o plano do Banco Central permanece inalterado, reintroduzindo alguma acalmia e normalidade.