Um dos temas do momento, também por consequência do conflito Rússia-Ucrânia, é a Energia. O escalar dos preços nos últimos tempos, a aceleração na procura de alternativas de fontes energéticas e de países fornecedores passaram a ser os subtemas desta grande temática.

Sabe-se que a Rússia tem representado entre 10 a 25% das exportações mundiais de petróleo, gás natural e carvão e calcula-se que o volume destas exportações nos últimos 20 anos ascendeu os quatro triliões de dólares americanos.

A atual conjuntura já está a provocar danos significativos aos consumidores com preços dos combustíveis a atingir recordes, a Alemanha a equacionar racionar o gás natural para o próximo inverno em caso de sofrer um corte do fornecimento do gás russo, e os países asiáticos na expetativa que o custo das suas importações de petróleo afete significativamente os seus orçamentos.

Nas últimas semanas foram anunciadas medidas de cooperação entre a Europa e os EUA com o objetivo de reduzir de forma significativa o fornecimento de gás pela Rússia, esperando que fique independente até 2030.

 

 

 

 

 

 

Estas medidas passam pelo investimento no desenvolvimento de mais e melhores infraestruturas, assim como pela redução da regulação para implementação destes projetos. Sabe-se ainda que a Alemanha iniciou negociações com o Qatar para que este país possa ser um dos fornecedores de gás.

Por outro lado, a energia nuclear voltou a estar na mó de cima, tendo a França afirmado ter como objetivo, ser totalmente independente do ponto de vista energético com a construção de 6 novos reatores. O Reino Unido anunciou na passada semana que iria construir uma nova geração de reatores que permitirá a libertação de menos carbono para a atmosfera e que deixará de depender tanto dos atuais fornecedores de energia.

Na passada semana, Larry Fink, CEO da Blackrock, publicou a sua carta anual e deu especial destaque à questão da transição energética como uma das prioridades e desafios para os próximos anos, bem como da necessidade dos países se focarem no investimento do desenvolvimento das energias verdes como um dos fatores essenciais para a sua segurança e independência energética. Deu inclusive o exemplo da Alemanha, que pretende, em 2035, atingir o uso de 100% de energias renováveis.

Numa análise profunda da atual conjuntura desta temática conseguimos concluir que existem ameaças e desafios bastante significativos com que os governantes mundiais terão de lidar nos próximos tempos. Contudo vemos também que este cenário oferece também múltiplas oportunidades que não devem ser descuradas, quer seja do ponto de vista do consumidor, quer seja do ponto de vista do investidor.

Se por um lado vemos movimentações significativas no fornecimento de energia aos países consumidores, vemos também um acelerar de muitos países para a transição energética, para a descarbonização e a procura por mais e melhores fontes de energia não poluentes a par com os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU.