Voltou a ser uma semana positiva para a generalidade dos ativos, com a exceção mais visível a ser o índice compósito de matérias-primas. Os mercados acionistas registaram valorizações muito expressivas, com especial destaque para os mercados dos Estados Unidos. O S&P 500 já se encontra a menos de 4% dos máximos históricos, marca que o DAX alemão já ultrapassou.

 

Destaques da Semana: Trégua Comercial Impulsiona Mercados

 

O encontro entre delegações de topo dos EUA e da China, realizado em Genebra, permitiu o adiamento por 90 dias da subida das tarifas alfandegárias para níveis que, na prática, impediam o comércio internacional bilateral. O mercado continua a receber com bastante agrado os sinais de desanuviamento da guerra comercial.

Foi uma semana negativa para algumas commodities, nomeadamente para o ouro, que reagiu ao alívio de algumas tensões geopolíticas. No mercado cambial, o euro esteve mais frágil, destacando-se ainda a valorização do yuan chinês para máximos de seis meses em relação do dólar americano.

Classes de Ativos:

Destaques da Semana: Trégua Comercial Impulsiona Mercados

Obrigações:

As obrigações recuperaram em resposta ao anúncio da redução das tarifas e aos sinais de abrandamento da inflação. O sentimento dos investidores melhorou, refletindo-se numa nova compressão dos prémios de risco corporativos. Após ter sido o segmento mais penalizado em abril, a dívida emergente tem beneficiado do tom mais pragmático da Administração Trump na "guerra comercial", sendo o principal motor da performance deste mercado.

Mercados Acionistas

A semana foi francamente positiva para a generalidade dos mercados acionistas globais. Os Estados Unidos e os mercados emergentes lideraram os ganhos, que tiveram um catalisador bastante fácil de identificar – a trégua, mesmo que para já temporária, na guerra comercial, particularmente entre os EUA e a China. Em termos setoriais o setor tecnológico voltou a mostrar uma performance relativa superior, destacando-se as valorizações dos seus constituintes de maior capitalização bolsista.

Commodities:

O índice de commodities registou perdas em torno de 1%. O ouro caiu cerca de 4%, numa semana de algum alívio de tensões macroeconómicas e geopolíticas. Os preços do gás natural dos EUA baixaram mais de 10% devido ao aumento de stocks e previsões de menor consumo. O petróleo subiu ligeiramente, com expetativas de evolução económica mais favorável. O cobre conseguiu ganhos ligeiros, beneficiando também do otimismo relativamente a trocas comerciais. As agrícolas recuaram perto de 1%, pressionados por condições favoráveis nas principais culturas mundiais.

Forex

O desanuviar das tensões comerciais entre os EUA e a China permitiram ao dólar americano recuperar face às moedas que tinham servido como refúgio, nomeadamente o euro, iene e franco suíço. A libra valorizou face ao euro, beneficiando de dados económicos melhores do que o esperado no Reino Unido e também da menor aversão ao risco. O Eur/Gbp chegou a cotar a £0,84 durante a semana, o que não acontecia há seis semanas. O yuan chinês voltou a valorizar face ao dólar, atingindo máximos de seis meses. A moeda chinesa também valorizou face ao euro, para máximos de seis semanas.

Conclusão:

A semana foi marcada por uma melhoria generalizada no sentimento dos mercados, impulsionada sobretudo pela trégua temporária na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Esta pausa permitiu um alívio das tensões geopolíticas, refletindo-se na valorização dos ativos de risco, com os mercados acionistas a liderarem os ganhos. Com os investidores a reagirem de forma positiva aos sinais de estabilidade, mantém-se o foco nas negociações comerciais e nos dados macroeconómicos, que poderão continuar a influenciar o rumo dos mercados nas próximas semanas.