Os mercados tiveram mais uma semana globalmente positiva, destacando-se os ganhos dos mercados de matérias-primas, e mais concretamente, dos metais preciosos e da energia. Segundo a Bloomberg, os bancos centrais têm comprado quase quatro vezes mais ouro do que o declarado publicamente.

Destaques da semana Mercado reage às políticas de Trump e expectativas da FED

O Banco Central Europeu cortou as taxas de juro de referência pela oitava vez. Christine Lagarde deu a entender que o ciclo de descidas se aproxima do fim, com o mercado a descontar apenas mais um corte, ainda este ano, e uma estabilização das taxas a seguir.

A Comissão Europeia e o BCE deram “luz verde” à Bulgária para adotar o euro a partir de 1 de janeiro de 2026, que será o 21º Estado-Membro da Zona Euro.

Donald Trump e Xi Jinping tiveram uma conversa telefónica com o objetivo de abrir espaço para negociações mais produtivas. Xi considera que a China e EUA devem cooperar, mas avisou que os EUA deverão tratar o tema “Taiwan” de forma cuidadosa. Elon Musk e Donald Trump passaram a estar de costas voltadas, criticando-se mutuamente e gerando volatilidade em alguns ativos.

O dólar voltou a recuar, penalizado pela incerteza relacionada com a guerra comercial e pelo aproximar do fim do ciclo de corte de taxas por parte do BCE.

 

Classes de Ativos:

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Obrigações:

O BCE voltou a cortar as taxas de juro, mas as expectativas de entrada num compasso de espera provocaram uma ligeira subida das taxas de juro soberanas. Os prémios de risco corporativos regressam a mínimos recentes, refletindo o contínuo apetite dos investidores pelo risco. A dívida emergente manteve a tendência de consolidação, com as emissões denominadas em moeda forte a destacarem-se face às emitidas em moeda local.

Mercados Acionistas:

A semana foi positiva para a generalidade dos mercados acionistas globais. Os mercados emergentes e os Estados Unidos a lideraram os ganhos. Pela negativa, destacaram-se as ações japonesas onde os riscos estruturais - estagflação, reformas travadas, dívida pública elevada e política monetária paralisada - persistem.  Em termos setoriais, o setor tecnológico voltou a mostrar uma performance relativa superior.

Commodities:

O índice de commodities fechou a semana com ganhos superiores a 2%. A queda do dólar e o ambiente mais favorável ao investimento contribuíram para os ganhos. O ouro voltou a aproximar-se dos máximos históricos e a prata valorizou 9%. O petróleo subiu cerca de 6%, devido a problemas de produção no Canadá e com a OPEP+ a não aumentar tanto a produção como se temia. O cobre subiu devido às exportações para os EUA, e as agrícolas tiveram poucas variações, com a maioria das culturas em bom estado.

Forex:

A semana foi novamente negativa para o dólar, que recuou face à generalidade das divisas, mas sobretudo em relação ao euro. O mercado continua receoso das políticas comerciais e fiscais de Trump. Por outro lado, há expectativas de que a FED vá cortar as taxas de juro várias vezes ao longo dos próximos 12 meses, o que contrasta com apenas um corte esperado por parte do BCE. O zloty polaco recuou ligeiramente após a vitória inesperada do conservador Karol Nawrocki nas eleições presidenciais.

Conclusão:

A pressão sobre o dólar mantém-se, impulsionada por incertezas políticas nos EUA e pela expectativa de cortes na taxa de juro pela FED. O euro beneficia deste contexto, enquanto o zloty reage à instabilidade política na Polónia. Os mercados continuam atentos às decisões dos bancos centrais e ao cenário geopolítico global.