Foi uma semana positiva para a generalidade dos ativos. Embora as valorizações não tenham sido muito expressivas, o início positivo de maio saiu reforçado. O mercado tem recebido com agrado os sinais de desanuviamento da guerra comercial.

 

Donald Trump e Keir Starmer apresentaram um acordo comercial entre os EUA e o Reino Unido e há expectativas positivas em relação a um encontro entre delegações de topo dos EUA e da China, a realizar em Genebra este final de semana, que possa levar a uma  redução significativa das tarifas. O Secretário de Estado do Comércio afirmou que Washington vai anunciar dezenas de acordos comerciais no próximo mês, sendo provável que a tarifa de base de 10% se mantenha.

A Reserva Federal dos EUA manteve as taxas de juro de referência inalteradas, como era esperado, com Jerome Powell a mostrar pouca urgência em cortar os juros e a avisar acerca da possibilidade de a inflação subir e a economia desacelerar. O Banco de Inglaterra e o Banco Central da Polónia cortaram as taxas diretoras, o que era esperado. A China fez o mesmo, tendo anunciado dez medidas de estímulo monetário.

O conflito entre a Índia e o Paquistão agravou-se, já com intervenção militar a nível bilateral, mas sem impacto relevante nos mercados financeiros globais.

Classes de Ativos:

Destaques da Semana Alívio nas Tensões Comerciais

Obrigações:

O sentimento dos investidores tem vindo a melhorar nas últimas semanas, o que tem impulsionado, no caso particular do mercado obrigacionista, uma rotação progressiva da dívida soberana de melhor qualidade para a dívida corporativa, sobretudo a que tem menor qualidade creditícia. Os prémios de risco corporativos continuaram a diminuir e a dívida emergente prolongou a sua trajetória de recuperação esta semana, sustentada pela expectativa crescente de uma evolução positiva no tema das tarifas comerciais.

Mercados Acionistas

A semana foi positiva para os mercados acionistas devido ao tom mais conciliatório por parte de Donald Trump relativamente à guerra comercial. Esta mudança de postura tem alimentado este mês uma recuperação expressiva nas bolsas, que ganha ainda mais relevo por ocorrer a partir de níveis de pessimismo extremo entre os investidores institucionais. O foco do mercado estará agora na próxima ronda de negociações entre os EUA e a China. A expectativa é elevada e o seu desfecho condicionará os mercados no curto prazo.

Commodities:

O índice de commodities fechou a semana com ganhos a rondar os 2%. A cotação do ouro recuperou, beneficiando da permanência de tensões geopolíticas, o que lhe permitiu aproximar-se do máximo histórico recente. O petróleo recuperou perto de 4% dado o otimismo relativamente a um possível acordo comercial entre China e EUA. O cobre subiu na bolsa de Londres, suportado também por expectativas de resolução gradual da guerra comercial. As commodities agrícolas estiveram em queda, com boas perspetivas globais de produção.

Forex

O dólar teve uma semana ligeiramente positiva em relação às principais moedas, reflexo do maior otimismo em relação ao andamento da guerra comercial e coerente com a pouca pressa demonstrada por Jerome Powell em cortar as taxas de juro de referência. A libra reagiu em leve alta ao corte de taxas de juro devido à divisão entre os membros do Banco de Inglaterra. O ambiente de menos aversão ao risco também beneficiou as criptomoedas, com a bitcoin a voltar a ultrapassar os 100 mil dólares.

 

Conclusão:

A semana foi marcada por uma recuperação generalizada nos mercados, apoiada pela expectativa de progressos nas negociações comerciais e por sinais de estímulo económico, nomeadamente da China. Embora o sentimento tenha melhorado, o cenário global continua frágil e sujeito a reações rápidas a desenvolvimentos políticos e macroeconómicos. os investidores devem manter uma postura cautelosa, diversificando os seus portfólios e evitando decisões precipitadas baseadas em movimentos de curto prazo.